A despesca é o momento da retirada dos peixes do ambiente de cultivo que pode ser viveiros escavados, tanques-rede ou tanques elevados, para serem processados e comercializados.
Esse momento chega quando os animais
atingem o peso mínimo considerado para que seja possível o abate. Contudo, nem
sempre o piscicultor resolve tirar os peixes quando atingem o peso mínimo ou,
em alguns casos, acaba perdendo o tempo de despescar e tem no seu viveiro um
peixe maior.
No primeiro caso essa decisão pode se dar por alguns fatores
como por exemplo, mercado desfavorável e preços baixos ou então pela opção de
fazer um peixe maior que tenha um preço diferenciado. No segundo caso é por
simples falta de planejamento e falta de cuidado com biometrias e rotinas
diárias que auxiliam no acompanhamento da produção. Mas e aí, em ambos os
casos, terei lucro ou prejuízos?
Essa é uma pergunta que não tem uma única resposta, pois
cada produção possuí características e seguem manejos, que apesar de muito
semelhantes, não são iguais. Mas de modo geral algo semelhante para quem quer
um peixe por mais tempo na fase de engorda é mais gastos com ração, com energia
elétrica para prover aeração (principalmente com uma biomassa de peixes maior)
e gastos com mais tempo de mão de obra. Ainda, nesses casos, tem o risco de
manter os peixes por mais tempo e passar por problemas como falta de energia
elétrica, acometimento por doenças, estresse por uma queda de temperatura, etc.
Por outro lado, o valor agregado que possuí um peixe de
tamanho maior pode ser um fator positivo no negócio. A diferença no preço que é
pago pode chegar até R$ 1,50/kg entre um peixe de 600g e um peixe de 1000g.
Conforme comentado pelo zootecnista Thiago A. da Silva em um artigo publicado
na Revista Aquaculture Brasil (ed. N° 7, 2017), um ponto decisivo para que esse
período a mais de cultivo seja positivo, vai depender diretamente da conversão
alimentar (C.A), visto que a ração é responsável por aproximadamente 70% dos
custos de produção. Portanto, uma alimentação otimizada pode fazer com que a
margem de lucro para o produtor seja positiva.
Além disso, uma análise de mercado com o preço pago ao
produtor e o preço do kg da ração, aliados a um bom manejo, são fatores que influenciam
e devem entrar no planejamento de uma produção com despesca de peixes maiores. Esses fatores podem variar de acordo com a
região, sendo imprescindível colocar na ponta do lápis de forma detalhada os
preços e valores de tudo, afim de melhorar ainda mais a margem de lucro e saber
se compensa realizar uma despesca mais tardia. No artigo Thiago deixa uma
tabela, disponível online, onde é possível simular uma condição de venda, afim
de se obter um lucro máximo. A mesma pode ser conferida através do link https://goo.gl/12j4s5.
No mais, desejamos uma boa despesca! E antes de qualquer
passo, o importante é se planejar ao invés de deixar o tempo da despesca
passar.
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